sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O que não vira palavra, vira sintoma!






         "O que você vai dizer antes de dizer à outra pessoa, diga a você mesmo", sabedoria dita pelo pensador romano Sêneca, que as pessoas deveriam, ao menos, tentar pôr em prática. Todos sabem que a palavra é o reflexo do que se pensa e deseja e que ela tem impacto direto na vida, seja para agradar ou agredir alguém. E não é só quem não tem papas na língua que se atropela ao falar demais, da forma ou na hora errada. Na maioria das vezes, não se mede o impacto que uma palavra pode ter.


Mas a palavra levanta ou derruba, emociona ou fere, traz felicidade ou decepção, aproxima ou afasta. Tem o poder de exprimir o amor, a alegria, o respeito, a admiração, a generosidade, mas também, da forma como é falada, pode carregar a inveja, o ódio, o sarcasmo, o ressentimento... Por isso, é tão importante ter cuidado com o que você fala e como se fala, o tom da voz. E não se esqueça que a palavra vem acompanhada de gestos, da respiração, de um ritmo que também fará parte de como ela será compreendida.



Por isso, cada instante da sua vida é moldado pelo que se fala. E não é à toa que muitos repetem por aí que pensamentos positivos e palavras otimistas ajudam, enquanto os negativos encontram obstáculos a mais, por isso é possível entender aqueles que defendem que a palavra é um mantra em ação. Materializada, ela reflete os sentimentos.



Sendo assim, fique atento! Cuidado com suas escolhas, porque uma palavra mal colocada afeta relacionamentos e a convivência. E aquela dita no momento certo, com a entonação adequada, gera compreensão, amor e se torna uma mensagem poderosa de união entre as pessoas. O 'Bem Viver', caderno do Jornal Estado de Minas, apresenta personagens que ouviram a palavra certa, no momento certo, e transformaram suas vidas. Psicoterapeuta e psicóloga apontam caminhos e percepções de como a palavra deveria ser dita.





A palavra tem tanta força que é lugar comum encontrar pessoas longos anos depois e ouvir: "Nunca me esqueci daquilo que você me disse". Ou seja, ela explica que "quanto mais a expressão for técnica e efetiva, mais força terá a palavra. É preciso escolher como dizer o que precisa ser dito. O importante é dizer tudo, não deixar nada oculto, seja na vida profissional ou pessoal. Mas há uma forma de entregar a palavra a cada pessoa.



Dependendo de como se embrulha uma verdade, a "digestão é suave, absoluta, produtiva e nutritiva". Mas se for errado, "um jornal jamais será conhecido como embrulho de um diamante. Mas um zircônio numa caixa de veludo pode passar por diamante e a mesma força nutritiva pode ser destrutiva. A palavra dita com carga de mágoa estraga qualquer relacionamento. Mas a responsabilidade é do emissor e do receptor. Por isso a importância de uma montagem de fala bem feita para evitar equívocos.

A força da palavra precisa ser preservada na forma e no momento da entrega.  A terapia acaba, mas a palavra continua ecoando no ouvido da pessoa por toda a vida.



Então, a melhor forma de diminuir mal-entendidos é a imagem, exercitar a linguagem do hemisfério direito. A imagem, conforme ela, é o sentimento universal, a mais legítima comunicação e menos passível de equívocos. "Se a pessoa está desanimada, sem entusiasmo, e você a chama de deprimida, é um peso. Se compará-la à imagem de uma flor murchando, a reação é outra. A flor pode ser regada e revigorar. Assim, a fala é para a alma, para o coração e para o inconsciente."


Não é necessário ocultar uma vírgula do que tem de ser falado, mas zelar ao escolher a maneira para que cada palavra seja aproveitada de forma nutritiva e evolutiva.


Nossas palavras têm poderes maiores do que supomos, começando pelo efeito bumerangue, ou seja, a energia que usamos na fala volta imediatamente para nós mesmos. Faça sua escolha!

Fernanda Vilela

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