segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Três Amores: Agape, Philos e Eros

 Inexorável Mente - 05 de dezembro de 2016




O ser humano não precisa de amor, mas de amores. Precisa sim de três: Agape, Eros e Philos, para que seja um ser (quase) completo. Completo como um ente único manifestando três aspectos do amor humano e divino que se complementam e são transferidos para os objetos desses amores, interagindo com outros entes também únicos.
Sem as influências estéreis da maioria dos filósofos acadêmicos, vamos abordar algo sobre esses três amores do ser humano, de maneira inteligível, sintética e prática para que possamos assimilá-los em nossa existência.
Agape, Philos e Eros são fundamentais na vida de qualquer indivíduo e devem ser desenvolvidos por todo aquele que tem consciência desse fato. São também aspectos considerados muito importantes e trabalhados na Via Draconiana. Nessa Via, pouco explorada pela grande maioria, os três amores podem ser tipificados pelos arquétipos de Lucifer (Agape), Sophiae (Philos) e Venus (Eros), entre outras associações e correlações. O leitor verá, pelo que segue, o porquê dessas associações. Contudo, por hora, não abordaremos as extensas implicações desse Caminho. O interessado pode se aprofundar nessa matéria, sem medos infundados, estudando as obras A Cabala Draconiana e A Revolução Luciferiana.
Mas, vamos aos amores da humanidade, amores “doados” por Lúcifer e Vênus para que façamos bom proveito, com discernimento.
As três formas de amor – Agape, Philos e Eros – manifestam-se em três níveis que interagem entre si: Agape é o amor em nível espiritual e universal (coração de Lúcifer); Philos, em nível psicomental (cabeça de Lúcifer); e Eros, em nível etérico-material e sexual (genitália de Lúcifer). É um sistema ternário que funciona no ser humano, sendo cada forma de amor em maior ou menor grau. No humano superior, mais evoluído, em seu estado lux-venusiano, iluminado pela consciência e pela sabedoria, os três amores estão em equilíbrio.
“Agape” em grego significa “amor”. Esse é o amor fraternal e espiritual entre camaradas, irmãos e irmãs, entre a família, entre casais e seus filhos (quando de fato existe o sentimento fraterno, e não uma mera convenção social de fachada). Agape é o amor afetivo isento de conotações sexuais, isento de segundas intenções, isento de malícia e de interesses pessoais. Sendo Agape o amor de afeição, é também amor de satisfação, pois uma fraternidade, quer seja entre irmãos de sangue ou não, quer seja entre esposo e esposa, quer seja entre um núcleo familiar, etc., esse amor satisfaz porque é compartilhado e tem resposta entre todos aqueles que se reúnem para formar uma fraternidade de homens, mulheres e crianças.
A satisfação de Agape também se refere ao prazer por boas comidas e bebidas, por banquetes geralmente alegres e harmoniosos partilhados entre pessoas fraternas e espiritualizadas que se respeitam. Em antigos textos clássicos gregos como o poema épico A Odisséia, de Homero, Agape expressa essa satisfação, esse prazer de compartilhar refeições entre determinada fraternidade, determinado grupo, seja de homens, mulheres, crianças, etc. Ao longo da obra de Homero, Agape pode ser evidentemente percebido nas ações de seus personagens, especialmente entre Odisseus e seus companheiros, bem como entre Odisseus e sua esposa Penélope, entre Odisseus e seu filho Thelêmaco, entre Odisseus e seus empregados, o que é manifestado com notável respeito e admiração. Podemos ver também a satisfação entre esses atos fraternos associados às refeições em diversas circunstâncias descritas ao longo da obra homérica.
Ainda na mitologia grega, Prometheus (uma forma de Lúcifer) é um dos principais exemplos da manifestação de Agape, vindo dos céus, do divino, com sua vontade e amor titânicos, para a humanidade na Terra. A propósito, as palavras gregas Thelema (vontade) e Agape (amor) têm ambas valor numérico 93 (9+3=12; 1+2=3, os três amores fundamentais, Agape, Philos e Eros).
Assim, devido ao seu significado e importância, Agape também existe no interior de ordens maçônicas, ordens ocultistas, ordens esotéricas, ordens draconianas, etc.
Philos (ou phileo, philia), em certo sentido, é também o amor fraternal, manifestado por lealdade, igualdade e mútuo benefício, um amor de dedicação ao objeto amado. Contudo, Philos vai além dessas definições, e a “dedicação” desse amor pode chegar a ser mental, que é um nível abaixo do espiritual e acima do emocional. É o caso do amor pela sabedoria (o objeto amado), ou seja, a filosofia. Esta pode ser um meio de engrandecimento mental, intelectual e cultural, de busca pela verdade das coisas, bem como todo um modo de vida que se adota e que se ama profunda e conscientemente. Philos como amor, dedicação e apreciação, manifesta-se como inquietudes interiores que impulsionam o ser humano à busca da sabedoria que irá torná-lo maior, mais nobre, mais digno de ser amado e mais capaz de amar conscientemente. Manifesta-se também como prazer mental, intelectual e cultural, como prazer e sede por conhecimento e cultura útil, estimulante e construtiva. O benefício mútuo que existe em Philos é o benefício que se tem quando se vai adquirindo sabedoria ao longo da vida, pois quando se ama a sabedoria (Sophia, a Deusa Mãe provedora de virtudes), ela própria nos devolve mais sabedoria em troca de dedicação e adoração.
Nosso terceiro amor, Eros, expressa o amor sexual, sensual, carnal, de atração física com a consumação do prazer, e manifesta o instinto de união e reprodução. Sendo filho de Afrodite (ou Vênus, a deusa da beleza, do amor, do sexo e dos prazeres, um aspecto de Sophia), Eros (Cupido) manifesta o amor em seu nível físico-etérico, no mundo material, com o estímulo dos cinco sentidos físicos e sua gratificação. Eros é o amor que evoca a beleza, o prazer pela beleza e a perigosa obsessão pelo objeto amado e pelo prazer que ele traz. Mas é também o amor essencial da Natureza, a força primitiva da procriação de tudo o que vive, o amor theriônico, bestial, de instinto sexual e de preservação da espécie. Eros deve unir-se com Agape para gerar a beleza do amor romântico e sensual, a princípio, que evolui para o amor de reciprocidade e de desejo mútuo um pelo outro, fluindo em trocas de energias polarizadas entre o homem e a mulher. Tal troca de energias ocorre por meio do sexo, em determinado nível, e por meio das afinidades mentais e espirituais quando desenvolvido em amor completo (Agape-Philos-Eros). Entretanto, Eros representa o amor mais perigoso dos três, pois traz prazer, e (muita) dor se não for devidamente administrado, assimilado e combinado com Agape e também com Philos.
Mas devemos sim buscar o prazer, com o discernimento de epicuristas espiritualizados, pois é um direito da raça humana, um bem de todos aqueles que o merecem. Devemos buscar os prazeres sadios que nos enriquecem, que nos confortam, e que não degradam o espírito, a mente e o corpo, de maneira que nosso esforço para obtê-los não seja maior do que o seu desfrute. A obsessão e o vício doentios não são um prazer, mas dor que leva à própria destruição do ser como um todo, o que não contribui em nada para a evolução. Lúcifer não é debilidade, não é submissão aos vícios, não é escravidão, não é decadência, não é degradação. Quando combinado com Agape e Philos, o prazer erótico luciferiano é essencial para a saúde do corpo e para a saúde do amor romântico (sem vulgarização), entre o homem (Lúcifer) e a mulher (Vênus).
Nesse caso, para nascer uma união ideal ou (quase) perfeita, é preciso de:
-Eros (atração física e desejo);
-Philos (afinidade mental e cultural);
-Agape (afinidade de ideais espirituais e de grau evolutivo).

Assim, se forma a unidade ternária do amor criativo e criador, a inspiração e o estímulo para a Senda da evolução.
Para concluir, fazendo uma outra analogia, no ser humano temos a cabeça (Philos), o coração (Agape) e os genitais (Eros) unidos em um sistema cérebro-cardio-genital que deve funcionar em harmonia. O ser humano deveria se esforçar para unir em si esses três amores para que haja satisfação sadia em suas inter-relações, cada qual no lugar certo e na medida certa, evitando a degeneração em seus vícios opostos (paixonite grosseira, obsessão egoísta e depravação sexual). Tal corrupção dos três amores pode causar uma “perda da alma” e seu consequente sofrimento, como podemos facilmente observar ao redor do mundo com sua lastimável “civilização”.
Amar nessas três formas não é sofrer mas sim atingir a paz ataráxica, quer dizer, a paz interior imperturbável do espírito auto-consciente, do espírito sábio, desfrutando o prazer sadio e natural da alma, da mente e do corpo, tranquilamente.
Fernanda Vilela

domingo, 6 de novembro de 2016

DISLEXIA: UM DESAFIO PARA O PROFESSOR


RESUMO 

Este trabalho teve pr objectivo ressaltar aspectos relevantes da dislexia, possibilitando ao professor um maior esclarecimento para melhor planejamento em sua ação educativa. Foi efetuada uma revisão e pesquisa bibliográfica sobre o tema. Verificou-se que, ao longo do tempo, a maneira como a dislexia vem sendo abordada traz muitas controvérsias e sentimento de impotência para o docente, que não se sente seguro em lidar com esse novo desafio afetando a vida acadêmica dos educandos. Concluiu-se que a informação e o conhecimento sobre o assunto irão nortear o trabalho do professor em sala de aula, possibilitando a qualidade e a eficiência de seu trabalho. Palavras-chave: Dislexia, aprendizagem e desafio. 

1. INTRODUÇÃO 

Vivemos em uma sociedade onde se privilegia a lectoescrita e no âmbito escolar a aprendizagem dessas habilidades é fator básico, primordial e de suma importância. Para a sociedade moderna ser analfabeto é estar em desvantagem, (Ellis Andrew1995). Altamente difundida e pesquisada a dislexia é sem dúvida um dos transtornos que mais preocupa os educadores por não estarem familiarizados com esse distúrbio que afeta a vida acadêmica de tantos indivíduos. A dislexia está inserida dentro de uma categoria denominada de “Transtorno do Neurodesenvolvimento”, referida como Transtorno Específico de Aprendizagem-Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mental) o diagnóstico requer a identificação de pelo menos um dos seguintes sintomas: 

a) Leitura de palavras feita de forma imprecisa ou lenta, demandando muito esforço. A criança pode, por exemplo, ler palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta (ou lenta e hesitante), frequentemente, tenta adivinhar as palavras e tem dificuldades para soletra-las; 

b) Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Pode realizar leitura com precisão, porém não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido; 

c) Dificuldade na ortografia, sendo identificado por ex. adição, omissão ou substituição de vogais e/ou consoantes; 

d) Dificuldade com a expressão escrita, podendo ser identificados múltiplos erros de gramatica ou pontuação nas frases, emprego ou organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza. Entretanto, a presença de alguns dos sintomas acima descritos não confirma que a criança tenha dislexia visto que podem ser decorrentes de problemas emocionais, deficiência (intelectual e Sensorial), Síndromes neurológicas diversas, Transtornos psiquiátricos, e fatores de ordem sócios ambientais (pedagógico por ex.,). Nesse sentido o manual (DSM5) considera que, além dos sintomas mencionados devem-se levar em consideração os seguintes critérios: - Persistência da dificuldade por pelo menos seis meses (apesar de intervenção dirigida); - Habilidade acadêmica substancial e qualitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica (confirmada por testes individuais e avaliação clínica abrangente); - As dificuldades iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se manifestar completamente até que as exigências acadêmicas excedam a capacidade limitada do indivíduo como, por exemplo: baixo desempenho em teste cronometrado; leitura ou escrita de textos complexos ou mais longos com prazos curtos; altas sobrecargas de exigências acadêmicas; - As dificuldades não são explicadas por deficiências, transtornos neurológicos, adversidade psicossocial, instrução acadêmica inadequada ou falta de proficiência na língua de instrução acadêmica. 

2.METODOLOGIA 

Este estudo caracteriza-se através de uma revisão bibliográfica de diversos autores pesquisados em livros, artigos e internet no período de 1995 a 2011. São apresentados a seguir os dados de revisão da seguinte forma: 

a) Aquisição da leitura; 
b) Aquisição da escrita; 
c) Memória; 

3.RESULTADOS 

3.1. 
Transtorno da leitura Para Colomer e Camps (2002), o ato de ler vai muito além de um ato mecânico de decifração de signos gráficos, é antes de tudo um ato de raciocínio. O leitor utiliza os conhecimentos que possuem para obter informação do texto reconstruindo seu significado e interpretando-o de acordo com seu conhecimento de mundo e, esse novo significado vai permitir ao leitor modelar, incorporar e criar novos conhecimentos. Para ler uma palavra é preciso decompô-la em suas unidades fonêmicas analisar e comparar segmentos e sons reunidos em seu léxico interno, para depois ler a palavra completa, fazendo da leitura um ato difícil (Cappelini; Ciasca, 1999). A leitura para Rota, ohlweiler e Riesgo (2007), não é um ato isolado porque ao mesmo tempo em que se lê está aprendendo a soletrar e a escrever e o processamento dessas informações ocorre não só através de níveis visual e auditivo como também em níveis atencional, conceptual, da fala e sequencial, em diferentes etapas do desenvolvimento. Portanto, se houver falha nesse processo ocorrem os transtornos de aprendizagem se houver uma disfunção neurológica poderá ser a dislexia. 

3.2.
Transtorno da escrita A escrita Uma criança começa a escrever muito antes de frequentar a escola e conhecer como formar letras, ela desenvolve por si mesma técnicas semelhantes a escrita mas que, são perdidas assim que entra na escola e se depara com um sistema de signos padronizados e culturalmente elaborados. Para Ellis (1995),a capacidade de escrever ou anotar alguma coisa ,vai depender da relação da criança com as coisas que a rodeia, que lhe é de interesse e que tenha significado e quando a criança estabelece uma relação funcional com o ambiente que a cerca. De acordo com Ajuriaguerra o desenvolvimento da motricidade, o desenvolvimento mental em seu aspecto mental e especifico o desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento sócio afetivo são fatores que interferem decisivamente no processo gráfico. Uma desordem em qualquer um desses desenvolvimentos pode ocasionar dificuldade na aprendizagem. Essa dificuldade pode se traduzir numa disgrafia que é um transtorno psicomotor que costuma surgir como parte da síndrome dispráxica (letra feia, ilegível) ou por uma disortografia que implica em trocas ortográficas, não havendo nenhum déficit neurológico ou intelectual que explique esse distúrbio. Memória Segundo o Manual de Orientação para Pais e Professores (Dificuldade de Aprendizagem), a memória é um processo que abrange o neurológico, o psíquico e o cognitivo, podendo ser classificada de acordo com o tempo de armazenamento: memória de curto prazo e memória de longo prazo e conforme o conteúdo: a memória sensorial e declarativa. A memória é fundamental no processo de aprendizagem. O nosso cérebro processa a informação captadas através dos sentidos onde é feito um registro sensorial baseado na importância que essa informação temo que não interessa é eliminada no sistema de processamento. A informação importante passa então à memória de curto prazo que é subdividida em imediata onde opera conscientemente ou subconscientemente dura aproximadamente trinta segundos dependendo da importância da informação. As nossas emoções também são prioridade podendo bloquear nossos pensamentos racionais e a memória de trabalho que ocorre em nível consciente e decide se a informação deve ou não passar a armazenagem de longo prazo para ser recuperada no futuro. A capacidade de armazenamento dessa memória para alguns pesquisadores vária com a idade podendo ser manuseada pequena quantidades de informação e o tempo médio de retenção estima-se em adulto de 15 a 25 minutos, passado esse tempo a fadiga e o tédio começam a surgir. Essas informações são catalogada e armazenada na memória de longo prazo que tem capacidade ilimitada. No entanto para que isso ocorra é preciso que a informação tenha sentido e significado para quem aprende. A memória é uma função cognitiva essencial que envolve todo o cérebro pois qualquer alteração na memória afeta as atividades da vida diária ,ou seja qualquer interferência na memória auditiva ,visual e cenestésica. 

4. DISCUSSÃO 
Cada criança é única e a maneira de aprender é peculiar a cada uma. Portanto não existe a criança disléxica, existe uma criança com dislexia. Para Zorzi, o uso que se tem feito sobre dislexia gerou muita confusão e controvérsia, pois distúrbios de aprendizagem de diversas ordens que afetam a leitura e a escrita passaram a ser denominados de dislexia. As crianças diagnosticadas indevidamente sentem-se fracassadas e com baixa autoestima Em razão do pouco conhecimento sobre o assunto os professores se encontram cada vez mais aflitos por não conseguirem lidar com essa situação. É preciso entender que uma criança que não consegue aprender é porque o método com os quais a maioria das crianças aprende não é adequado a ela e que outros fatores podem estar interferindo na aquisição do conhecimento. Outro fator importante que merece ser destacado é a empatia e afetividade que devem envolver todo o processo de aprendizagem, principalmente nos preparos e aplicação das atividades que devem proporcionar ao aluno sentido e significado. Assim, quando há um bom prognóstico de forma precoce ,o aluno consegue amenizar e apresentar avanços na aprendizagem. Mas para isso a ação do professor é primordial, pois, é ele o primeiro a perceber as dificuldades do aluno e a encaminhá-lo para os especialistas adequados e continuará sendo ele quem irá acompanhar e ajudar a vida acadêmica desse aluno disléxico. 

5. CONCLUSÃO
Nossos estudos tem demonstrado que dificuldades na leitura, escrita e memória estão relacionados com a dislexia embora muitas crianças tem sido rotuladas indevidamente demonstrando o despreparo do professor em lidar com esse desafio. Portanto, a escola tem que promover ações em sala de aula que favoreçam a aprendizagem do aluno dislexo, promovendo sua autoestima e desenvolvendo habilidades que os permitam no futuro uma carreira profissional. O aluno disléxico é descrito como portador de necessidade especiais enquadrados na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. Verifica-se, portanto, a necessidade não só de mudar currículos, mas atualizar métodos, informatizar o professor desde sua formação acadêmica e contínua aprendizagem. É importante ressaltar que o tratamento só terá êxito se houver total integração da equipe multidisciplinar, da escola e da família. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar e quanto mais precoce o diagnóstico, melhores o resultado devido à plasticidade cerebral.

Autora: Fernanda Vilela ( Trabalho Acadêmico)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Palmadas estimulam agressividade em crianças, diz estudo...

Uma pesquisa americana mostrou que castigos físicos não disciplinam crianças e ainda têm efeitos prejudiciais em longo prazo.



A criança que apanha (leves palmadas no bumbum ou em outra extremidade) é mais propensa a desafiar seus pais, ter um comportamento antissocial, a ser mais agressivas, ter problemas de saúde mental e dificuldades cognitivas. A conclusão é de um estudo publicado recentemente no periódico científicoJournal of Family Psychology.
Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin e da Universidade de Michigan, ambas nos Estados Unidos, revisaram estudos desenvolvidos ao longo de 50 anos sobre o assunto, envolvendo mais de 160.000 crianças.
“Descobrimos que a palmada foi associada a resultados negativos não intencionais. Não foi associada com obediência imediata nem de longo prazo”, disse Elizabeth Gershoff, da Universidade do Texas em Austin e principal autora do estudo.
Para Andrew Grogan-Kaylor, da Universidade de Michigan, a mensagem deste estudo é que bater em crianças aumenta, na verdade, a probabilidade de resultados indesejados e tem um efeito oposto ao que os pais desejam com o ato.
Lei da Palmada – A Lei da Palmada entrou em vigor no Brasil em 2014. Na prática, a lei impede a aplicação de castigos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes. Mas o texto abre espaço para impedir até palmadas ou beliscões ditos “educativos”. Cabe ao Conselho Tutelar receber denúncias de suspeita ou confirmação de castigo físico e aplicar multas a profissionais da saúde, professores ou funcionários públicos que não comunicarem às autoridades notícias de maus tratos contra crianças e adolescentes. A proposta foi inspirada em um estudo da Universidade de São Paulo, que concluiu que crianças submetidas a castigos chegavam à vida adulta traumatizadas e agressivas em situações comuns do dia a dia. A proibição total de castigos em crianças já ocorre em países como Israel, Nova Zelândia e Costa Rica.
(Da redação)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Na visão de Gurdjieff, a música deve conduzir a humanidade a um despertar...

Na visão de Gurdjieff, a música deve conduzir a humanidade a um despertar - Por Inexorável Mente

A música objetiva afeta todas as pessoas da mesma maneira. Ela não só toca os sentimentos como os transforma, trazendo o ouvinte a um estado unificado ou “harmonioso” dentro de si mesmo e, dessa maneira, a uma nova relação com o Universo que é em si um campo de vibrações. De acordo com Gurdjieff, a escala musical de sete notas expressa uma lei cósmica fundamental, a “Lei da Oitava”, que governa o desenvolvimento das vibrações, o fluxo de energia, em todos os fenômenos no Universo.Muito do que ouvimos é música. Não apenas ela flui do estado subjetivo, como também afeta cada ouvinte no estado no qual ele se encontra.  Para Gurdjieff, rara é a música objetiva, que requer um conhecimento objetivo da natureza humana, mas especificamente com propriedades do sentimento e do quanto o sentimento é afetado diretamente pela qualidade específica de cada vibração. Imaginem que um artista está criando, Ok? Na feitura de um objeto artístico, digamos que entram preocupações que dizem respeito às possibilidades de se dar forma a esse objeto (objetividade) e às ideias/sentimentos que o objeto causará no sujeito que o apreciar (subjetividade). Mas quanto entra de objetividade e subjetividade nesse processo? Quanto é objetivo e quanto é subjetivo quando um compositor está criando? Não é difícil perceber que tentar responder essa pergunta é a aplicação mais utópica da descrição objetividade/subjetividade, simplesmente porque não há uma possibilidade prática e um método para discriminar qual a porção objetiva e qual a porção subjetiva da criação – afinal, um belo arpejo descendente em sétima diminuta será um procedimento objetivo, que atende às expectativas formais da composição, ou um procedimento subjetivo, que imita uma nuance emocional? A objetividade da música fala do franco diálogo entre a música e o intelecto, enquanto a subjetividade fala dos sentimentos entre a música e o coração.
A Lei das Oitavas mostra que todo o fenômeno evolui ao longo do tempo numa série de passos sequenciais e que isso determina uma hierarquização. Essa sequencia, no entanto, não é uniforme; existem períodos de aceleração e desaceleração, ou, ainda, a energia que impulsiona o surgimento do fenômeno torna-se alternadamente mais forte e mais fraca. Existe, portanto, pontos cruciais nessa sequencia onde energias adicionais devem ser colocadas para que não ocorram desvios que podem acarretar a não concretização do fenômeno. A esses pontos dá-se o nome de choques. Quando uma energia adicional não é colocada no ponto de choque ocorre um desvio na evolução do fenômeno que o distancia da sua concretização.
As Leis que determinam a sequencia dos eventos que compõem um fenômeno qualquer, já eram conhecidas em civilizações antigas e parece ter sido a origem da escala de sete tons da música. Logo, a lei das oitavas pode ser expressa como se Segue: DO – RE – MI – FA- SOL – LA – SI – DO
O primeiro choque entre o MI e o FÁ e o segundo choque entre o SI e o DO. Espaços na escala musical onde estão os semitons, que são os menores intervalos utilizados na escala musical. A distância é mínima e muito sutil. O que faz com que esses choques assim como na música, tenham sua sutileza e sensibilidade. Sensibilidade que não ouso escrever sua força. Neste ponto, uma energia externa deve ser colocada. Se o primeiro choque for dado, a oitava se desenvolve sem desvios até o SI. Neste momento um novo impulso deve ser colocado para que a oitava alcance o próximo dó.
Gurdjieff dizia que qualquer evento dentro da Lei das Oitavas vai evoluir desde que a energia para os choques seja introduzida, de dó para ré, de ré para mi, para fá, sol, lá, si, dó, sendo que este último dó, por sua vez tem as mesmas características do dó inicial, só que ele vai estar situado em uma dimensão energética ou numa qualidade acima que transcende a energia de base para seguirmos em direção aos sons do outro plano, que ecoam diretamente no qualb (coração espiritual) e nos corpos sutis.
A sequencia de dó a dó é chamada de oitava humana ou oitava evolutiva porque a partir de um nível de energia inicial, o processo seguiu através de um conjunto de passos, até que atingiu um resultado que reflete o ato inicial num outro nível ou qualidade ou energia. Os momentos de choque receberam a energia necessária de tal forma que o processo chegou ao seu final. Esse processo ocorre quando temos uma intenção inicial e chegamos ao final obtendo aquilo que havíamos proposto a nós mesmos no início. No entanto existe uma terceira possibilidade onde no choque entre o MI e o Fa existe um suprimento de energia extra que é capaz de levar a oitava para um nível acima em termos de qualidade e ressonância. A esta oitava chamamos de Oitava do Homem Consciente, a oitava que permite que o Centro Mental tenha uma sensibilidade que proporciona um estado de atenção, e a qualidade desta atenção, define os processos. Trabalhamos com esse nível de energia sonora, para possibilitar o Centramento de cada Centro de Inteligência, abrindo as janelas da espiritualidade latente no Diagrama do Eneagrama. E, além disso, é necessário ter atenção suficiente para perceber qual a qualidade do choque. Muitas vezes a energia necessária está no próprio ambiente à nossa volta e para percebê-la é necessário desenvolver uma certa sensibilidade à realidade, tentando perceber qual a qualidade do choque. Muitas vezes a energia necessária está no próprio ambiente à nossa volta e para percebê-la é necessário buscar o estado de presença e desenvolver certa sensibilidade à realidade, tentando perceber nuances e sutilezas. Em alguns momentos trabalhamos com a energia de ordem física, outras vezes mental e muitas de ordem emocional. No entanto é muito importante salientar que tudo é oferecido de algo muito maior, e que somente com o treino da humildade, serenidade e sobriedade, podemos alcançar as notas do céu.

Autora: Fernanda Vilela

Fontes:
Do livreto: The Music of Gurdjieff /de Hartmann
O Eneagrama e as Leis Cósmicas – Instituto Nokhooja
O Eneagrama – Helen Palmer
A sabedoria do Eneagrama – Don Richard Riso e Huss Hudson  

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Gravidez na adolescência não é impedimento para o sucesso...

Revista Bem feminina
Case de sucesso! Assim podemos descrever a carreira de Laura Santos. Uma adolescente de 17 anos, com uma filha de 1 e 4 meses. Isso nunca foi impedimento para que a menina estude, trabalhe no que ama e busque a realização de todos os seus sonhos.
Ela começou a carreira de modelo muito jovem, quando tinha apenas 9 anos de idade. Aos 16, engravidou e com o apoio do pai da criança, da mãe e da sogra vive um sonho. “Estou participando da seletiva final do concurso Minas Top Model, representando Divinópolis. Além disso, ainda trabalho fazendo alguns desfiles como modelo na Oficina da Moda” conta Laura.

A modelo confessa que, em pleno século XXI, ainda existe preconceito por ela ter engravidado tão nova, mas isso não a impede de nada! “Luto para dar o melhor para minha filha e algumas vezes perdi oportunidades mais por ser nova do que por ser mãe” explica.
Laura trabalha em alguns desfiles na Oficina da Moda, escola referência na área em Divinópolis e tem o total apoio do diretor da agência, Rodrigo Bessa. “Uma garota ótima, já fez curso comigo quando era nova e desfilou recentemente por uma loja teen fazendo um trabalho fantástico, só tenho o que falar bem dela”, afirma o diretor.
Alvo de polêmicas nessa semana em Divinópolis, Laura está tranquila e quer apenas seguir seu sonho e crescer na carreira. Boa sorte Laura!

Fernanda Vilela

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O Mestre, Doutor Claudio Naranjo e sua grande sabedoria.

Claudio Naranjo,  professor em Berkeley e candidato ao Prêmio Nobel da Paz em 2015 disse:
“A crise que estamos enfrentando não é apenas econômica, mas multifacetada e universal, e pode ser um sinal da obsolescência do conjunto de valores, instituições e hábitos interpessoais que chamamos ‘civilização’. Precisamos de uma mudança da consciência e o melhor caminho é a transformação da educação, por meio de uma nova formação de educadores – orientada não só para a transmissão de informações, mas para o desenvolvimento de competências existenciais”. Esta é a proposta de Claudio Naranjo, médico psiquiatra, professor em Berkeley, e pioneiro da psicologia transpessoal, além de autor de importantes obras sobre o desenvolvimento psicológico e espiritual nos últimos 40 anos.
Diante do cenário de crise econômica e social em diversos países, o pesquisador conclui: os livros podem transmitir conhecimento, mas atitudes só podem ser ensinadas por pessoas; e o atual modelo educacional deixa o aspecto pessoal do professor em segundo plano. Assim, as escolas ainda não cumprem um dos quatro pilares estabelecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1990: o de educar para Ser.
Naranjo se notabilizou, além de seus estudos, pela criação do Programa SAT (Seekers After Truth, ou, Em Busca da Verdade), um processo de autoconhecimento pelo qual já passaram milhares de pessoas no mundo todo e que envolve a inteligência emocional e espiritual dos indivíduos, por meio de técnicas psicológicas de Gestalt e dos Eneatipos, desenvolvidas por ele.
Do livro
O novo livro de Claudio Naranjo, “A revolução que esperávamos” (Verbena Editora), alerta para a necessidade de integridade, solidariedade e consideração afetiva neste momento de crise. “Não adianta somente ir às ruas protestar se não houver também uma revolução no comportamento individual”, afirma Fátima Caldas, médica neurologista, psicoterapeuta e representante para assuntos de educação da Fundação Claudio Naranjo no Brasil.
A proposta de solução está no texto de apresentação do novo livro: “Até hoje conhecemos apenas revoluções políticas e ideológicas, e o que sucede agora é uma revolução da consciência… Só despertando de nosso cego sonambulismo poderemos evoluir. O final do patriarcado, a transformação da educação, o desenvolvimento dos três amores e o caminho do autoconhecimento são algumas das propostas com as quais o doutor Naranjo formula um diagnóstico profundo dos problemas globais, bem como dos antídotos necessários à transformação de um mundo em crise”.

O Dr. Claudio Naranjo (Valparaíso, Chile, 1932) é médico psiquiatra, criou a psicologia dos eneatipos e há 40 anos vem desenvolvendo a sabedoria do eneagrama. É uma referência mundial da terapia Gestalt. Em seu périplo vital, recebeu ensinamentos de mestres como Swami Muktananda, Idries Shah, Oscar Ichazo, Suleyman Dede, S.S. o Karmapa XVI e Tarthang Tulku. Fruto deste amplo aprendizado, desenvolveu o Programa SAT. É membro do Club de Roma e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Údine (Itália). A fundação Claudio Naranjo tem sede em Barcelona, Espanha.

Autora: Fernanda Vilela

Modulo Inicial de Eneagrama

Convite para vocês!
Acontecerá aqui no Instituto Estação Viver, o Workshop de Eneagrama (Modulo Inicial) no dia 19 de novembro,
promovendo aceitação própria e mútua como uma excelente oportunidade de orientação para seu
crescimento pessoal, profissional e espiritual.
É um sistema altamente profundo e preciso na descrição de comportamentos humanos, é um mapa
que mostra caminhos possíveis da evolução de nossa consciência.
Destinado a todas as pessoas que buscam o auto-conhecimento.


Inscrições antecipadas!
As vagas são limitadas.
Garanta já a sua.


#Divinópolis
#Eneagrama


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Carta para um metabolismo cansado

"Estou fraco! Não descanso e sabe-se se lá quando foi meu ultimo sono reparador. Quando acordo, você não me alimenta e quando me alimenta, não é com qualidade"


Querido humano, eu sei que você anda desapontado comigo. Sei que nos últimos tempos você me esconde em baixo de roupas largas e evita praia. Você me exige uma energia que não tenho. Suas bolachas recheadas e refrigerantes não me dão o suporte necessário.
Fico sobrecarregado e infelizmente, me vejo obrigado a estocar energia em forma de gordura. Eu sei que você se envergonha do seu estoque de energia, mas o que você me pede, não posso lhe oferecer. Estou fraco! Não descanso e sabe-se se lá quando foi meu ultimo sono reparador. Quando acordo, você não me alimenta e quando me alimenta, não é com qualidade.
Estou estressado e próximo de um colapso nervoso. Sei que você espera mais de mim, mas tenho que ser sincero, também esperava mais de você. Você me pede foco, energia e menos gordura. Eu lhe peço nutrientes, hidratação e descanso. E assim como você, estou a ver navios.
Você se chateia com o intestino preso, mas querida, não estou em condições de abrir mão de nada agora. Não me peça para lembrar de algo. Meu estoque de antioxidantes está baixo, minhas membranas celulares sem flexibilidade e a gordura ruim que você consome, acaba comigo! Já não consigo transportar bem o açúcar que você ingere e contra minha vontade, tive que chamar minha amiga insulina com mais frequência. Se você está tonta e com dor de cabeça, a culpe.
E você bem sabe o quanto ela é difícil, sempre que ela aparece de forma desordenada sou obrigado a estocar ainda mais gordura. Desista dos cremes e das massagens, meu amor. Já não respondo aos estímulos externos. Estou tão nervoso que pedi conselhos ao cortisol. Ele me aconselhou a reter o máximo de líquido que puder para me proteger e sempre que possível, me livrar do peso desnecessário dos músculos. Bem, músculos são pesados e eu já não tenho capacidade de carrega-los por aí. Optei pela gordura meu bem, me desculpe.
Com a escassez de nutrientes tive que fazer escolhas drásticas. Não estou mais nutrindo sua pele e cabelo, logo, você os verá ir embora. Estou tão nervoso que cápsulas e suplementos não são absorvidos. Estou bravo com você e agora, não quero mais papo. Estou lhe escrevendo essa carta como um adeus. Estou me desligando e logo, a falta de ar será evidente.
Quanto mais adoeço, mas você me agride com fármacos e eu, sinceramente não entendo por que me tratar assim. Até parece que quer me ver sofrer. Como se não bastasse todos os anos de descaso, agora grita aos sete ventos que sou lento, que seu metabolismo é lento. Dói!! Eu nasci sim com algumas imperfeições, mas imaginava que você, com inteligência de humana, soubesse zelar pelo o seu corpo. Me enganei! Você não prestou atenção aos sinais e abusou de mim. 
Agora que desabafei lhe pergunto, quando me cansar e for embora, onde você irá morar?

Fernanda Vilela

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Pessoas Que Choram Muito São Pessoas Poderosíssimas


Todas as emoções não são iguais nem encontram o mesmo grau de aceitação em nossa sociedade.
A tristeza, entretanto, está catalogada como uma emoção negativa, uma emoção que se deve esconder e que inclusive deveríamos ter vergonha.
As expressões da tristeza, com os ombros caídos, o olhar triste e o choro, são considerados sinais de debilidade e insegurança.
Uma sociedade que sempre demanda que estejamos felizes e alegres, dispostas a comermos o mundo, simplesmente é tremendamente injusta. Porque não funcionamos assim, frequentemente nos entristecemos.
Estigmatizar a tristeza só serve para nos fazer sentir pior, para que pensemos que não somos o suficientemente fortes como para aguentar os problemas sem virmos abaixo. Por que as pessoas que choram são mais equilibradas emocionalmente?
1. Não reprimem as suas emoções: Não há motivos para esconder a tristeza. Só as pessoas seguras de si mesma, com uma grande Inteligência Emocional, são capazes de reconhecer as suas emoções e expressá-las, mesmo que estas sejam consideradas “negativas”.
É necessário muita coragem para nadar contra a corrente e expressar quem você realmente é ou como se sente nesse momento. Na verdade, o filósofo Séneca afirmou que “Não tem maior causa para chorar que não poder chorar“.
Manter a mente fria e reprimir as emoções tem um grande custo, não só para nossa saúde psicológica como também física. Numerosos estudos tem vinculado a repressão emocional com um maior risco de desenvolver enfermidades como asma, hipertensão e patologias cardíacas.
2. Aproveitam as lágrimas para mudar a perspectiva: As lágrimas não só são a água que limpamos a alma senão que também limpamos os nossos olhos, para permitir-nos ver a situação a partir de outra perspectiva.
As lágrimas nos fortalecem e nos permite crescer. Com já dizia a poeta uruguaia Sara de Ibáñez: “Vou chorar sem pressa. Vou chorar até esquecer o choro e alcançar o sorriso”.
Na verdade, 70% das pessoas pensam que chorar é reconfortante. E que o choro nos permite ver a situação por uma perspectiva mais positiva.
Quando terminamos de chorar, a nossa mente se encontra mais clara e em poucos minutos seremos capazes de analisar a situação a partir de outro prisma. Isto se deve a que as nossas emoções se equilibraram e nossa mente racional está preparada para entrar em ação.
3. Sabem que o choro é terapêutico: O choro estimula a libertação de endorfinas em nosso cérebro, que nos ajudam a aliviar a dor e também fomentam um estado de relaxamento e paz. É por isto que depois de chorar, nos sentimos muito melhores e relaxados.
Na verdade, foi verificado que não é conveniente cortar o choro, mas deixar que flua porque a primeira fase só tem um efeito ativador mas a segunda fase tem um efeito calmante que reduz a frequência cardíaca e respiratória, propiciando um estado de relaxamento. Ás vezes, o choro é mais benéfico que o riso.
Um estudo realizado na Universidade da Florida descobriu que o choro é profundamente terapêutico, sobretudo quando se une com um “remédio relacional”, ou seja, quando se aproxima outras pessoas e estas nos dão consolo.
Também perceberam que o choro triste, esse que está destinado a criar novos vínculos depois de uma perda, tem um poder catártico.
4. Não se submetem as expectativas sociais: As pessoas que não tem medo de chorar se sentem muito mais livres, são capazes de expressar-se sem se verem pressas pelos convencionalismos sociais.
Estas pessoas não tem medo de decepcionar os demais nem a mostra sua suposta “debilidade”, porque sabem que na realidade chorar não implica em nada disso.
As pessoas que choram são mais verdadeiras e não querem se ver maquilhadas pelas expectativas sociais. Essa consciência as levam a serem mais livres e a levar uma vida segundo suas próprias regras.
Estas pessoas são verdadeiros “ativistas” que lutam por uma sociedade mais saudável emocionalmente onde as pessoas não se vêem obrigadas a esconder o que sentem.
5. Conectam emocionalmente através das lágrimas: O choro é uma das expressões mais íntimas dos nossos sentimentos.
Quando choramos na frente de alguém, é como se estivéssemos desnudando nossa alma. Por isso, as lágrimas ajudam a criar um conexão muito especial, é como se conectássemos diretamente através do nosso “eu” mais profundo.
Quando uma outra pessoa “aceita” essa tristeza, sem tentar fugir dela ou nos brindar de falsas palavras de alento, simplesmente nos apoia e se mantém ao nosso lado, se cria uma conexão única.
Na verdade, uma das funções das lágrimas é precisamente a de pedir ajuda, mesmo que seja de maneira indireta, mostrando nossa impotência, para que os demais se acerquem e nos conforte.
Portanto, o choro e a tristeza não devem ser percebidos como um sinal de debilidade, senão como um sinal de fortaleza interna e atenção plena.
Não choramos porque sejamos débeis ou incapazes, senão porque estamos vivos e não nos envergonhamos de expressar o que sentimos.
Lembramos que o comparativo da pesquisa não exprime algum tipo de ideologia ou apologia a tal tema de responsabilidade do site, estamos apenas reproduzindo um conhecimento científico.

Autora: Fernanda Vilela 

Escola americana substitui castigo por meditação

Acolhimento do outro, consciência do erro, concentração e tranquilidade. Você consegue imaginar tudo isso como resultado de uma punição? Pois é. Foi com esse pensamento de ato e consequência que uma escola de ensino infantil de Baltimore, nos Estados Unidos, resolveu substituir a punição por sessões de meditação. O resultado, além dos citados acima, foi a melhora na relação entre os alunos e diminuição da taxa de suspensões.

O projeto, implantado pela escola Robert Coleman em parceria com a organização sem fins lucrativos “Holistic Life Foundation”, recebeu o nome de “Mindful Moment Room”, que em uma tradução livre, pode significar “Sala do Momento de Meditação”. Como o próprio nome sugere, trata-se de um mecanismo simples: desacelerar e meditar. A proposta é fazer a criança pensar, mas não no sentido punitivo ou moralista, mas sim em relação à reflexão interior.
Para criar um ambiente acolhedor que nada lembrasse a tão temida diretoria convencional, a sala do programa é decorada com luzes baixas, almofadas e artefatos coloridos e relaxantes. As crianças, então, são motivadas a fechar os olhos, respirar e se reconectar consigo mesmas. Durante o programa, recursos como falar sobre o que houve e estimular a memória também são utilizados.
O coordenador da fundação holística e gestor do projeto na escola, Kirk Philips, em entrevista ao site americano Up Worthy, conta que é impressionante notar a aceitação dos pequenos. “Nos nunca imaginamos que crianças tão pequenas poderiam meditar em silêncio”, relata. A ideia é também estimular que as crianças levem o hábito para suas famílias e amigos.

Consciência de si mesmo e do momento presente
“Mindfulness” é um termo bastante em voga entre os adeptos da visão holística, incorporado recentemente em outras linguagens e áreas de atuação, como a Educação. Sua tradução em português seria “Atenção plena”, mas o termo deriva da palavra Sati, definida como “capacidade de se lembrar, e representa a ideia de estarmos atentos ao que se passa em nosso corpo, em nossa mente e ao nosso redor. A partir desse estado de vigilância constante, seria possível atingir um maior grau de empatia pelo outro e aceitação das coisas.
Recentemente, a meditação com atenção plena tem sido alvo de diversos estudos científicos que apontam para resultados interessantes, como expansão da concentração, incremento da memória e melhora das capacidades emocionais para lidar com situações de stress e trauma.
por Redação

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A paz só se constrói com um pacto social...


Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de Setembro, foi declarado pela ONU em 30 de novembro de 1981.
Em 21 de Setembro de 2006, por ocasião do Dia Internacional da Paz, Kofi Annan afirmou: 
Há vinte e cinco anos, a Assembleia Geral da ONU proclamou o Dia Internacional da Paz como um dia de cessar-fogo e de não violência em todo o mundo. Desde então a ONU tem celebrado este dia, cuja finalidade não é apenas que as pessoas pensem na paz, mas sim que façam também algo a favor da paz.

A violência continua uma constante. Os motivos que alimentam conflitos e guerras são diversos: a injustiça que obriga dois bilhões a sobreviver com menos de um dólar por dia, divergências culturais e religiosas, sistema militar e necessidades da indústria de armamentos... Tudo faz parte de uma “iniquidade estrutural” que se traduz nas violências nossas de cada dia.
Vivemos uma cultura de violência, fomentada por diversos ciclos viciosos, presentes em todos os lugares: na mídia, nos brinquedos, no trânsito. Isso somado à individualidade e à busca pela satisfação imediata faz com que as pessoas sejam menos capazes de lidar com suas frustrações e estejam mais propensas a transformar pequenos atritos em grandes confrontos.


O Brasil é um dos países onde mais se mata com arma de fogo. São quase 40 mil mortes por ano, ou cerca de uma morte a cada 15 minutos. A maioria delas é causada por motivos banais, como uma briga de trânsito, ou simplesmente tomando uma cerveja em determinado bar, um som com um volume muito alto.

A paz negada e reclamada
A paz enfrenta atualmente uma realidade que se pode denominar paradoxal: ao mesmo tempo em que ela é violada em cada quarteirão, bairro, fronteira, país ou etnia, é também reclamada, com a mesma intensidade da sua violação, em cada discurso e manifestação em prol do bem comum, da não violência, dos direitos humanos, dos direitos da mulher e da criança.
Religiões, líderes religiosos e políticos enfatizam a paz em suas falas ou escritos como realidade impostergável. Basta reportar alguns discursos do papa João Paulo II com suas pregações ou encíclicas ao mundo. Ou Dalai Lama e tantos outros que promovem a paz.
A paz não pode sobreviver sem um pacto, sem uma aliança ampla, que seja fruto do conjunto de todos os esforços humanos em vista da sobrevivência planetária. O caminho para a não violência passa pelo respeito à diversidade de culturas, religiões, práticas sexuais e assim por diante. Se a relação com o outro for profunda, implica o desafio de repensar a realidade e as relações sociais a partir de outros critérios e paradigmas. Desenvolver esta cultura da paz começa pela vida cotidiana de cada um. Demanda uma autêntica conversão pessoal.
Cultura da não violência
 Atualmente, muitas pessoas, desiludidas das políticas do mundo, buscam salvação nos movimentos religiosos que prometem milagres imediatos e se preocupam apenas com a alma. Outros recorrem a movimentos religiosos orientais em busca do equilíbrio interior, sem preocupação social e política.
A não violência não é apenas um ideal a ser buscado, mas uma forma permanente de vida, baseada na justiça e na inclusão social. É preciso cuidar do outro com o verdadeiro sentido da palavra. “O cuidado é uma condição essencial do ser humano e abrange também o contexto da exclusão social, bem como o conjunto da vida em nosso planeta” (Leonardo Boff). Quem aprofunda este caminho percebe que os atos violentos - assaltos, sequestros, assassinatos, manifestações de racismo, de discriminação social e outras injustiças - são apenas expressões ou consequências da estrutura da sociedade, firmada, ela própria, na violência.
A prática da não violência começa na desmontagem concreta e ideológica da violência em toda a sua amplitude. A guerra e o armamentismo parecem, então, absurdos, principalmente em um mundo que gasta por ano mais de 500 bilhões de dólares com armas e não tem dinheiro para alimentar milhões de crianças ou cuidar da saúde das vítimas da Aids na África.
Desenvolver esta cultura da paz começa pela vida cotidiana de cada um. Essa consciência passa inevitavelmente pela escola. É na escola, com o estudo, que aumentamos a nossa liberdade. Porque a liberdade só se constrói quando se tem uma noção de quais são as opções. Se eu tenho só uma opção na minha frente, que liberdade é essa? Mas se eu sei que existem muitos caminhos, a minha liberdade será vivida com mais plenitude. Somente através da educação a pessoa se torna mais consciente e consequentemente mais humana.

Carlos Magno Pessoaprofessor de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio público estadual (Bahia) e professor na Faculdade de Ciências Educacionais (FACE), Salvador, BA.